Hoje, 14 de setembro de 2011, completa um mês que o treinador Joel Cornelli deixou a direção técnica do Ferroviário Atlético Clube. O treinador continua na cidade de Fortaleza tentando resolver três meses de salários atrasados com a diretoria do clube, além de requerer o pagamento de sua hospedagem e passagem aérea conforme acordado anteriormente.
Desde o início, Joel mostrou-se ético e profissional no sentido de não expor o Ferroviário em suas pendências financeiras, tentando resolver tudo da melhor maneira possível, sempre aberto ao diálogo e a algum tipo de acordo. Passados trinta dias sem a menor consideração por parte dos mandatários do clube, o treinador decidiu publicar um texto onde coloca abertamente a situação:
DURA REALIDADE
Já passei pela minha carreira por vários clubes que enfrentavam problemas financeiros e que tinham dificuldades de cumprir seus compromissos com funcionários e profissionais de futebol. Acompanhei de perto o sofrimento e a angústia de alguns gestores, a vergonha e a indignação de outros, e a tristeza e desolação dos mais corretos na busca pela solução destes problemas.
A todos tratei com respeito e compreensão, e da mesma forma sempre fui tratado. Todos tinham um ponto em comum: ansiavam em buscar a solução, pois não queriam ver seus clubes prejudicados, nem suas reputações pessoais maculadas, e por isso nunca se omitiram ou se acovardaram diante de seus credores, e nunca mentiram ou negaram suas dívidas.
Diante do quadro que me encontro atualmente, chego a conclusão que, o que diferencia os clubes anteriores e o último em que estive, o digno e tradicional Ferroviário Atlético Clube, do Ceará, é a qualidade das pessoas com quem tratei. No passado, homens que tinham a decência e a correção que, hoje, não encontro na figura dos mandatários principais do time cearense.
O clube há muito tempo vive dificuldades financeiras. Todas elas até hoje foram superadas e administradas, por se tratar apenas da questão do “vil metal”. Mas, hoje, a questão que se coloca é maior. Transcende o material, e por isso muito mais grave de se resolver. A questão que se impõe é moral, de princípios e de conduta. E isso não se resolve com dinheiro. Valores e ética não se compram. Pela má condução dos gestores do clube, particularmente de seu presidente, que em 10 meses de gestão afastou a grande maioria das pessoas que apoiavam a equipe, hoje, o Ferroviário sofre do pior dos males: a falta do patrimônio humano, de pessoas que inspirem confiança e mostrem caráter, dignidade e honra. Quem irá se aproximar, pessoa física ou jurídica, de uma entidade que trata os seus subordinados como hoje são tratados os funcionários e profissionais do Ferroviário? Quem?
Ninguém segue um general que não demonstre postura e comando, e que não se identifique com a sua causa. A causa do Ferroviário tem que ser o seu torcedor, que é o seu maior patrimônio, e não os interesses pessoais de um ou dois indivíduos. Esse é o ponto central. A situação vexatória em que se encontra o time cearense hoje, esportiva, moral e economicamente, é apenas reflexo da política e do caráter de seus gestores.
Joel Cornelli
Triste fim do meu amado Ferroviario. Esta é a realidade!
ResponderEliminarSe não pode pagar não contrata, pede para desligamento e estuda uma forma de voltar forte.
ResponderEliminarChega de aventureiros dentro do Elzir Cabral.